sábado, 20 de fevereiro de 2010

000026 - MOYSÉS FUKS na CALÇADA da FAMA de IPANEMA


Em 1957, antes, portanto, dos primeiros registros fonográficos do que se
chamaria BOSSA NOVA, um jovem jornalista de ÚLTIMA HORA
e também dirigente do GRUPO UNIVERSITÁRIO HEBRAICO sediado
no Flamengo, Rio de Janeiro, escreveu num quadro negro, que ficava à porta
da instituição, uma chamada de público para um show de música que seria
realizado por uma garotada promissora arrebanhada por um amigo seu,
jornalista também. MOYSÉS FUKS - hoje professor da 'Univercidade' -
era o jovem que escrevera :
"HOJE. SYVIA TELLES E UM GRUPO BOSSA NOVA".
O tal grupo por ele classificado como "bossa nova"
( ou seja, um grupo "diferente" - digamos) contava com
ROBERTO MENESCAL, CARLOS LYRA, NARA LEÃO...
mas o nome conhecido na época e capaz de atrair as pessoas era
SYLVIA TELLES, que, dois anos antes, gravara
AMENDOIM TORRADINHO.
E o amigo de MOYSÉS FUKS era RONALDO BÔSCOLI,
responsável por ter levado a garotada para se apresentar e responsável,
tempos depois, por brigar, brigar e brigar para fixar como nome da
formulação musical que, 1 ano depois,sairia do laboratório de
JOÃO GILBERTO para o disco (começando a história propriamente dita)
aquela mesma expressão utilizada por FUKS em seu quadro negro :
BOSSA NOVA.
Este mesmo jovem jornalista - conta-nos RUY CASTRO
no livro CHEGA DE SAUDADE - participando do corpo de jurados do
PROGRAMA CESAR DE ALENCAR da RÁDIO NACIONAL,
deu nota zero a ninguém menos que VICENTE CELESTINO
por ter cantado a bossanovíssima O PATO de forma operística.
À época e nas circunstâncias, uma atitude de rara coragem e compromisso
com a realidade estética, cuja história está sempre tão distante do mercado.
Pois em 25 de janeiro de 2010, quando, pela primeira vez,
a BOSSA NOVA foi festejada em sua data oficialmente reconhecida,
nós gravamos as mãos do professor e jornalista MOYSÉS FUKS
para a CALÇADA DA FAMA DE IPANEMA. Foi a placa número 89.
Salve, MOYSÉS !
Na foto, MOYSÉS FUKS cercado de linda família por todos os lados.